O Acidente do King Air em Piracicaba
- Roberto Leite
- 4 de mar.
- 3 min de leitura

O Acidente do King Air em Piracicaba, 2021
Acidente do King Air em Piracicaba, assim ficou conhecido este fatídico episódio na avião brasileira. Em 14 de setembro de 2021, um trágico acidente aéreo ocorreu em Piracicaba, São Paulo, envolvendo uma aeronave Beechcraft King Air B200GT. O avião, de matrícula PS-CSM, havia decolado do Aeródromo de Piracicaba com destino ao Aeródromo Fazenda Tarumã, em Santa Maria das Barreiras, Pará. A bordo estavam o empresário Celso Silveira Mello Filho, sua família, além do piloto e copiloto. Infelizmente, todos os sete ocupantes perderam a vida no acidente. Seremos breve e objetivo neste resumo, todos os fatos aqui constam no relatório final do CENIPA, e portanto vamos focar apenas nestes fatos.
O Avião, Beechcraft King Air B200GT
O Beechcraft King Air B200GT é uma aeronave bimotor turboélice, conhecida por sua confiabilidade e desempenho. Aqui estão algumas especificações técnicas e características principais:
Dimensões Externas:
Altura: 14 pés e 10 polegadas
Envergadura: 54 pés e 6 polegadas
Comprimento: 43 pés e 10 polegadas
Dimensões Internas:
Altura da cabine: 4 pés e 10 polegadas
Largura da cabine: 4 pés e 6 polegadas
Comprimento da cabine: 16 pés e 8 polegadas
Volume da cabine: 303 pés cúbicos
Capacidade:
Tripulação: 2
Passageiros: 6 a 8
Pesos Operacionais:
Peso máximo de decolagem: 12.500 libras
Peso máximo de pouso: 12.500 libras
Peso operacional: 8.805 libras
Peso vazio: 11.000 libras
Capacidade de combustível: 1.590 libras
Carga útil máxima: 2.300 libras
Desempenho:
Alcance normal: 1.164 milhas náuticas
Alcance máximo: 1.592 milhas náuticas
Teto de serviço: 35.000 pés
Taxa de subida: 2.200 pés por minuto
Velocidade máxima: 308 nós
Velocidade de cruzeiro normal: 284 nós
Velocidade de cruzeiro econômica: 256 nós
Motorização:
Motores: 2 Pratt & Whitney Canada PT6A-52
Potência: 850 shp cada
Aviónica:
Sistema Collins Pro Line 21, incluindo gerenciamento de voo, cartas eletrônicas Jeppesen, piloto automático e requisitos de separação vertical reduzida (RVSM).
Características Adicionais:
A aeronave possui um sistema de isolamento acústico aprimorado, absorvedores de vibração dinâmica e uma cabine confortável com um lavatório privativo e espaço para bagagem interna.
O King Air B200GT é amplamente utilizado para transporte executivo, voos charter e missões especiais devido à sua versatilidade e confiabilidade.
Histórico de Manutenção e Problemas Mecânicos
O relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) revelou que a aeronave tinha um histórico de reparos nas hélices. Desde sua aquisição em 2019, a aeronave havia registrado cerca de 268 horas de voo até o acidente. Durante uma inspeção de 50 horas, foi constatado um aumento anormal de rotações por minuto (RPM) em uma das hélices, o que motivou as primeiras manutenções.
Pouco mais de três meses antes do acidente, a hélice esquerda precisou ser removida e enviada para reparo devido à quebra de dois parafusos de lubrificação. Esse reparo gerou custos elevados e insatisfações tanto do proprietário quanto do piloto, que fizeram comentários negativos sobre as frequentes "panes" na aeronave.
Circunstâncias do Acidente
No dia do acidente, a aeronave operava com 623 quilos acima do peso máximo permitido. Após a decolagem, o avião apresentou um movimento conhecido na aviação como estol, que ocorre quando a aeronave perde sustentação devido à baixa velocidade. A investigação identificou que a hélice esquerda estava operando a uma rotação por minuto (RPM) mais alta em comparação à hélice direita. Focados nisso, os pilotos descuidaram da velocidade da aeronave, o que culminou na perda de controle.
"Por meio de um registro em vídeo, feito a partir do celular de um observador que assistia a decolagem nas proximidades da pista, foi possível estimar que a decolagem (lift off) ocorreu a uma distância de 750 m do ponto de soltura dos freios (Figura 26)." Relatório CENIPA

Veja o Vídeo do Acidente
Conclusões e Recomendações
O relatório final do CENIPA não identificou falhas mecânicas no voo do acidente, mas elencou supostos erros de operação. A combinação de uma rotação elevada em uma das hélices, a redução da velocidade do avião após a decolagem e o excesso de peso foram cruciais para o acidente. Além disso, o relatório sugere que o piloto pode ter cometido um erro ao realizar uma manobra chamada "passo bandeira" nas hélices, o que pode ter iniciado a perda de controle da aeronave.
Para prevenir futuros acidentes, o CENIPA recomendou à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) a revisão dos protocolos de reciclagem de pilotos para aeronaves desse modelo, visando minimizar o risco de ocorrências similares.
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📰 Fonte: CENIPA
📷 Imagens: Internet e CENIPA
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